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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Governistas apontam incoerência do líder da oposição na Assembleia

Os principais líderes da base governista na Assembleia Legislativa reagiram duramente, ontem, à tentativa do líder do Bloco Parlamentar de Oposição (BPO), deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB), de responsabilizar o secretário de Estado de Infraestrutura, Luis Fernando Silva (PMDB), por supostas irregularidades em convênio firmado entre a Prefeitura de Ribamar – administrada por ele até 2010 – e o Governo do Estado, para construção de um estádio na cidade.

Foto - O Estado

A principal crítica da base aliada disse respeito à incoerência do comunista, que usou dados de um relatório preliminar do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Maranhão para embasar sua denúncia, menos de um ano depois de atacar a Corte após o vazamento de documento parecido, com informações sobre supostas irregularidades cometidas por sua mãe, Suely Pereira (PSB), à frente da Prefeitura de Matões.

Para o vice-presidente da Assembleia, deputado Max Barros (PMDB), Rubens Júnior tem usado “dois pesos e duas medidas” ao tratar dos temas mais polêmicos na Casa. O peemedebista questionou, por exemplo, por que só agora o deputado oposicionista usa dados de um relatório do TCE para atacar um adversário político, mas não concordou com um relatório do mesmo TCE, em maio do ano passado, com irregularidades em Matões.

“Recordo-me que alguns meses atrás o deputado Rubens Júnior esteve na tribuna desta Casa criticando de maneira bastante enfática a atuação do Tribunal de Contas do Estado. Houve uma auditoria na Prefeitura de Matões, da qual a prefeita é sua genitora, e essa auditoria apontou uma série de falhas, uma série de irregularidades, e o deputado Rubens Júnior subiu à tribuna e criticou muito, criticou a instituição, criticou o modus operandi do Tribunal de Contas. Ele foi até violento em relação ao Tribunal de Contas do Maranhão”, frisou.

Luís Fernando
 
Barros lembrou que, quando da revelação das incongruências em contas da Prefeitura administrada pela mãe do comunista, o TCE foi tão duramente atacado pelo líder do BPO que vários deputados precisaram se posicionar publicamente em desagravo à entidade. O deputado reiterou que hoje, depois de criticar quem “condenou” a prefeita Suely Pereira com base em relatório preliminar, Rubens Júnior faz juízo de valor igual.

“Naquele momento, fui eu que vim aqui à tribuna para defender o Tribunal de Contas, para dizer o quanto é importante termos órgãos fiscalizadores. Mas tive a responsabilidade, também, de acatar uma colocação do deputado Rubens Júnior, que auditorias preliminares merecem ainda o contraponto do próprio gestor. E agora o deputado Rubens Júnior, baseado no relatório preliminar do Tribunal de Contas, já vem fazer juízo de valor de uma matéria em que o próprio prefeito ou as pessoas que foram apontadas, irão apontar item por item o que aconteceu”, completou.

Mudança – O líder do governo na Casa, deputado César Pires (DEM), também repreendeu Rubens Pereira Júnior pelo que considerou mudança de postura em relação ao TCE. Segundo ele, se todo prefeito for “julgado” com base apenas em relatórios preliminares, sem antes apresentar defesa, haverá no Maranhão “217 prefeitos desonestos apenas no primeiro relatório”.

“Apresentar aqui relatório preliminar como algo acabado, sem dar direito a defesa, me parece um precedente perigoso. Haveria, assim, na verdade 217 prefeitos desonestos apenas no primeiro relatório. Ora, me parece não muito confortável se fazer o que Vossa Excelência fez. Imagine agora se os desafetos dos adversários de qualquer prefeito publicassem em praça pública os relatórios preliminares do Tribunal de Contas e que tomassem aquilo como verdadeiro ou nos meios de comunicação, nos blogs tornariam desonesto talvez o mais honesto do cidadão maranhense”, destacou.

O líder do Bloco Parlamentar pelo Maranhão (BPM), deputado Roberto Costa (PMDB), classificou de factoide e desqualificou a denúncia da oposição.

Por Gilberto Léda/Leia mais na edição de hoje de O Estado do Maranhão

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