Uma análise do diretor da Maternidade Marly Sarney, Dr. Frederico.
Prezados,
Fiz algumas análises sobre as internações efetuadas para partos e curetagens no Hospital e Maternidade Marly Sarney (HMMS) no ano de 2013. Observei que realizamos 6.595 partos e 781 curetagens (maiores números dos últimos cinco anos). Deste total de partos, 95,55% foram de gestantes oriundas das regionais de saúde 1, 7, 10 e 14, que compõem a Macro São Luís, sendo que a região 1 (São Luis) foi origem de 86,78% dos partos efetuadas, conforme a seguinte distribuição:
Nº DE PARTOS
%
ALCÂNTARA
03
0,05%
PAÇO DO LUMIAR
442
6,72%
RAPOSA
157
2,39%
SÃO JOSÉ DE RIBAMAR
584
8,87%
SÃO LUIS
4.525
68,75%
Conforme discutido e homologado na
CIB/MA (na reunião que aprovou o Plano Regional da Rede Cegonha), o
Hospital e Maternidade Marly Sarney é a referência para pré-natal de alo
risco para três dos sete distritos sanitários de São Luis (Tirirical,
Vila Esperança e Cohab-Anil), bem como para os municípios de São José de
Ribamar e Paço do Lumiar. Este plano teve sua Etapa I aprovada pelo
Ministério da Saúde através da Portaria GM/MS nº 1.595/ 2013 e deste
modo, dos 86 leitos obstétricos existentes, no HMMS, 32 já estão
habilitados para Gestação de Alto Risco apenas pelo Plano de Ação
Regional São Luís. Ao passo que outras regionais de saúde tiverem seus
planos homologados e aprovados na CIB/MA e pelo Ministério da Saúde,
principalmente os das demais regiões que compõem a macro São Luís, será
natural um fluxo maior de gestantes de alto risco a serem referenciadas
para o nosso serviço. Isto nos exigirá um forte planejamento e
organização para garantir a regulação responsável, assegurar o leito,
efetuar o transporte adequado.
Atualmente em São Luís, dos .314 leitos
públicos obstétricos cadastrados no CNES 129 (41%) estão sob direta
administração e gestão da Secretaria do Estado de Saúde (SES). Por outro
lado, apenas 13 (4,1%) destes leitos estão sobre administração direta
da Secretaria Municipal de Saúde de são Luís (SEMUS), hoje a responsável
pela regulação dos leitos obstétricos,através da ineficiente e
inoperante CRONP (Central de Regulação de Leitos Obstétricos, Neonatais e
Pediátricos) da SEMUS – São Luís.
No ano de 2013, foram efetuadas 1.202
transferências de pacientes por esta unidade, entre parturientes,
puérperas e recém-nascidos, com média de 3,3 pacientes./dia Sessenta
desteseram puérperas graves e que foram transferidas para Unidades de
Terapias Intensiva (UTI), mas nenhum destes leitos foi disponibilizado
pela CRONP. De modo semelhante, diariamente o HMMS solicita a informação
sobre a disponibilidade de leitos em outras maternidades, informação
frequentemente postergada, e incorretas, quando disponibilizadas, De
modo prático, mas ainda impreciso, temos feito contato diretos com
outras maternidades, fazendo tanto o papel de assistencial e de
regulação.
Atualmente, nossa maior dificuldade é o
excesso de parturientes de baixo risco gestacional que espontaneamente
procuram nosso serviço e que são responsáveis pela comum superlotação
existente.
De igual modo, a transferência deste excedente de
parturientes através de contato direto com algumas maternidades, tem
sido motivo de frequentes conflitos entre equipes e instituições.Com a
nítida ampliação da Rede Estadual de Saúde, principalmente pela expansão
da assistência obstétrica hospitalar haverá maior necessidade de
regulação e transferência das gestantes de alto risco, principalmente
com os serviços de Barreirinhas, Rosário, Morros, Sao José de Ribamar,
Monção, Chapadina e Ipecuru Mirim.
Deste modo, acredito que a Regulação de
Leitos Obstétricos deveria ser feita pela Central Interna de Leitos
(CIL), que a cada dia se torna mais ágil e eficiente, capaz de regular
os leitos da maior parte dos serviços obstétricos deste município
através do HMMS, Complexo Materno Infantil, Maternidade Maria do Amparo,
Santa Casa de Misericórdia e Maternidade Nossa senhora da
Penha,.Inicialmente somente veria dificuldade na regulação de leitos do
HU-UFMA e Maternidade Nazira Assub.
Em anexo um demonstrativo do percentual
de partos ocorridos no HMMS, considerando a cidade de residência da
parturiente. Chama a atenção o grande volume de gestantes de Paço do
Lumiar atendidas no HMMS, o que primordialmente não são se caracteriza
como gestantes de alto risco, mas uma demanda existente decorrente do
vazio assistencial ao parto de baixo risco, vaginal ou cirúrgico,
existente nesse município.
Nenhum comentário:
Postar um comentário