A
direção estadual do PMDB protocolou ontem a primeira das três ações contra o
instituto de pesquisa DataM denunciando o desrespeito à Lei 9504/97, no
Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MA). A punição prevista para esse tipo de
crime combina pena de detenção de seis meses a um ano e pagamento de multa de
50 mil a 100 mil UFIR [Unidade Fiscal de Referência] para quem distribui e para
quem publica pesquisas fraudadas em ano eleitoral.
Segundo
Marcos Coutinho Lobo advogado do PMDB pelo menos cinco infrações teriam sido
cometidas pelo instituto que faz pesquisas eleitorais para os grupos de Flávio
Dino (PCdoB) e Roberto Rocha (PSB).
Os
deputados estaduais César Pires (DEM), líder do Governo na Assembleia e a
deputada estadual Eliziane Gama (PPS), desqualificaram o resultado da pesquisa
contratada pela oposição e divulgada pelo DataM.
Para
os parlamentares, não há fato político que justifique a discrepância entre os
dois últimos levantamentos, divulgados com um espaço de tempo de apenas 15
dias. De acordo com Pires, o levantamento tenta apenas confundir a população em
relação ao cenário eleitoral. O parlamentar informou que o DEM também irá
acionar a Justiça Eleitoral. Gama lamentou a falta de transparência do
levantamento.
O
vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB) aparece como principal comprador
das pesquisas da DataM, pré-candidato ao Senado. O dono, de fato, do instituto
é seu empregado, José Machado, da Rádio Capital AM, mas quem assina como
proprietária é a filha dele, Mayara Machado, que dá como endereço da empresa o
imóvel em que ela mora no Cohatrac IV.
A DataM
não tem um só empregado registrado, cobra preços muito abaixo dos custos
operacionais de uma pesquisa e ainda assim entrega suas encomendas de até 2.500
complexos questionários em apenas três dias, todas anunciando amplo favoritismo
do seu contratante.
As
três pesquisas registradas e publicadas pela DataM em 2014 declaram ao TRE que
a "abrangência" das consultas é o Maranhão como um todo, mas a
primeira delas foi aplicada somente em Chapadinha e a terceira somente em São
Luís. Apenas a segunda, registrada no dia 29 de janeiro deste ano, teria sido
feita em vários municípios. A ação do PMDB entregue ontem ao TRE refere-se
exatamente à consulta do dia 29 de janeiro. Marcos Lobo informou que as demais
estão sendo preparadas para os próximos dias.
Omissão - Na
ação, Lobo enumera a omissão do chamado "plano amostral", que explica
a ponderação dos números por sexo, grau de instrução e nível econômico; a não
declaração do valor de mercado da pesquisa (a Data M3 diz apenas quanto
cobrou); a ausência de registro da nota fiscal; a falta do registro do instituto
no Conselho Regional de Estatística e a omissão dos bairros (por município)
levantados.
Por
apenas uma das infrações, o instituto pode ser punido com multa de 50 mil a 100
mil UFIR (cada UFIR vale, em 2014, aproximadamente R$ 2,55). Caso se comprove
fraude nos resultados divulgados, além da multa, os responsáveis poderão ser
punidos com pena de detenção de seis meses a um ano. E para apurar esses
indícios de fraude, o PMDB pede, na ação, que o TRE obrigue a Data M3 a cumprir
a lei e disponibilizar todas as informações até aqui omitidas.
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