Conhecido da Justiça e da Polícia Federal, se condenado pelo Supremo, pedetista estará inelegível em 2014.
Atual7
O ex-assessor especial do presidente nacional do PDT e ex-ministro do
Trabalho, Carlos Lupi, deverá ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) na próxima semana. Ele é acusado de ter desviado 1.080 colchões
de 75 mil que foram destinados ao Maranhão, em 2008, para ajuda
humanitária aos desabrigados pelas enchentes no Estado. O relator é o
ministro Dias Toffoli.
Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MP/MA), durante um
evento político do Movimento Sem Terra (MST) e do PDT em São Luís – que
integravam uma mobilização contra a cassação do ex-governador Jackson
Lago (PDT), esses colchões foram utilizados por ‘balaios’ que estavam
instalados no antigo Casino Maranhense.
Conhecido da Justiça e da Polícia Federal – e pelos ‘Diálogos pelo
Maranhão’, o atual presidente estadual do Partido Democrático
Trabalhista, deputado federal Weverton Rocha Marques de Souza – um dos
principais ‘cabos eleitorais’ do prefeito de São Luís, Edivaldo Holanda
Júnior (PTC), e do ainda presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB),
ocupava, na época, o cargo de Secretário de Estado de Esporte e
Juventude.
‘Deste modo, verificou-se claramente que os colchões componentes de
kits de ajuda humanitária doados pelo Governo Federal, em virtude das
condutas criminosas acima narradas, não cumpriram com a finalidade, qual
seja, a de atender as necessidades das famílias vítimas das enchentes
espalhadas por todo o território maranhense’, argumentam os promotores
na acusação.
Na mesma ação penal [678] instaurada para apurar a prática do crime,
também foram acusados de ‘subtração criminosa’ Aderson de Carvalho Lago
Filho, ex-chefe da Casa Civil do governo Jackson Lago; Arinaldo
Rodrigues Moreira, o ‘Ari’, assessor de Weverton Rocha; e Renato
Dionísio de Oliveira, ex-vereador do PDT. Por decisão tomada pelo STF,
no dia 27 de junho de 2012, porém, os três foram desmembrados por não
serem detentores de prerrogativa de foro, permanecendo somente Weverton
para ser processado perante o Supremo Tribunal Federal.
O Atual7 apurou que o advogado que defende o pedetista , Fabiano de Cristo Cabral Rodrigues Júnior, coincidentemente,
trabalha e é proprietário do escritório de advocacia – Advogados
Associados Fabiano, Fábio & Fabiano – que defendeu o juiz maranhense
pecuarista Marcelo Testa Baldochi, incluído na ‘lista suja’ do trabalho
escravo, em 2009, por submeter 25 trabalhadores da Fazenda Pôr do Sol,
de sua propriedade, à situações degradantes, em condição análoga à
escravidão.
Se condenado pelo STF, Weverton Rocha estará automaticamente impedido
de disputar as eleições de 2014, por enquadramento na Lei da Ficha
Limpa, podendo concorrer novamente a partir de 2022. Nem mesmo ocupar
qualquer cargo público, como ocupou no governo Lago, será possível,
também por enquadramento na Lei da Ficha Limpa, mas esta estadual, de
autoria do deputado Zé Carlos (PT). Ele poderá ainda pegar até 12 anos
de cadeia – inafiançável, pelo crime de peculato, por uso impróprio de
bens públicos.