O
secretário de Estado de Segurança Pública, Aluisio Mendes apresentou,
na tarde desta segunda-feira (25), o resultado de duas ações deflagradas
pelas Polícias Civil e Militar. Um dos detidos é apontado pela polícia
como o executor dos irmãos e
empresários José Mauro Alves Queiroz, de 57 anos, e José Queiroz Filho,
68, crime ocorrido no dia 11 de janeiro de 2012. O outro que foi
apresentado é um nigeriano que exercia de forma irregular a profissão de
médico em várias cidades do interior.
Os irmãos José Mauro Alves Queiroz e José Queiroz Filho eram proprietários da empresa Replub Ltda., especializada na compra e venda de óleo reciclado, localizado no Distrito Industrial de São Luís. Com a prisão de mais um envolvido, a polícia elucidou o crime.
Para a polícia, Erinaldo Almeida Soeiro, de 22 anos, foi quem disparou os tiros que atingiram os empresários. A investigação do caso foi coordenada pelo delegado Roberto Vagner Leite.
Em
relação ao executor preso, o secretário de Segurança informou que se
trata de um homicida perigoso. “Ele tem diversas passagens pela polícia,
inclusive em um confronto policial com equipes da Superintendência
Estadual de Investigações Criminais. Ele, inclusive, já foi reconhecido
por diversas testemunhas. Erinaldo é especialista em roubo de carros e
motos”.
O crime
Na
tarde do dia 11 de janeiro de 2012, um homem em uma motocicleta Honda
preta chegou ao vigilante da empresa dizendo que queria comprar óleo. O
vigilante nesse momento chamou um dos sócios. Ambos foram rendidos pelo
homem que pediu que os levassem a um dos irmãos Queiroz.
No
escritório onde se encontrava as vítimas, o executor efetuou um disparo
de arma de fogo contra o José Mauro e dois disparos contra o José
Queiroz. Um sobrinho da vítima, também, se encontrava no local no
momento do crime.
O
delegado Roberto Vagner Leite contou que, em depoimento, Erinaldo
Soeiro revelou que havia sido contratado por um ex-sócio de uma das
vítimas para realizar o crime. Na negociação, o mandante, Eduardo Gomes
de Freitas, teria encomendado o crime pela quantia de R$ 100 mil.
“Eduardo havia pago o valor de R$ 40 mil e daria o restante depois do
crime, mas ele acabou tendo um infarto, não resistiu e acabou
falecendo”, explicou o delegado.
Prisões
Erinaldo
Almeida Soeiro foi preso com mais três pessoas, no Residencial Nova
Era, na Rua Capricórnio, Quadra 34, nº 36, em São José de Ribamar,
suspeitos de praticar vários crimes naquele município, na última
quinta-feira (21).
Na
casa, foram apreendidas duas motocicletas, sendo uma Honda de cor
vermelha, com placas NXQ-9180 e uma Honda CG 125 de cor preta e placas
NWY-7857, uma espingarda calibre 12, pólvora, carregador de pistola,
dois capacetes, anéis, pulseira, cordão, quatro peças de motocicletas,
uma placa de veículo e a carteira de trabalho de Renderson Pestana de
Assis.
Erinaldo,
Renderson, Alexsandro e Márcia foram encaminhados à Delegacia de Roubos
e Furtos de Veículos (DRFV) e foram autuados em flagrante delito pelo
delegado Paulo Roberto Hertel.
Médico ilegal
Durante
a coletiva de imprensa, foi apresentado ainda o nigeriano Kingsley Ify
Umeilechukwy, 31 anos. Ele, que foi autuado pelos crimes de exercício
ilegal da medicina e estelionato, foi detido no último sábado (23), por
investigadores lotados na 5ª Delegacia Regional em Pinheiro, no momento
em que realizava um atendimento dentro de uma unidade de saúde
municipal em Bacuri.
Em
depoimento, o nigeriano disse que prestava serviços em vários
municípios do Maranhão como estagiário, e em alguns casos, assumia
plantões. Ele disse ainda que estava no Brasil desde o ano de 2007 e
trabalhava naquela unidade de saúde desde o ano passado.
Ainda
em depoimento para a polícia, Kingsley chegou a dizer que concluiu duas
especializações pela Universidade Federal do Maranhão, sendo uma em
Pediatria e a outra em Ortopedia. Ele não apresentou nenhuma
documentação comprovando os cursos. Segundo informações policiais, o
nigeriano começou a ser investigado no último dia 4, após a morte de uma
criança na cidade de Mirinzal.
Para
Aluísio Mendes mais uma vez a polícia agiu com rapidez e precisão.
“Esse não é um caso isolado, é um fato perigoso, já que põe em risco a
vida da população”, comentou. O secretário de Segurança frisou ainda que
a polícia está investigando se existem outros casos desta natureza no
interior do estado.
Outro
fato já esclarecido foi a declaração dada também em depoimento pelo
nigeriano, de que a vítima, mordida por um cachorro, teria ido ao
hospital da cidade e não teria sido medicada por conta da falta de
vacina. Ele afirmou que teria orientado a mãe para que lavasse o
ferimento e levasse o filho em outro posto de saúde na manhã seguinte.
Em
relação a este fato, o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde da
Secretaria de Estado da Saúde (SES), Alberto Carneiro, disse que a
informação sobre a falta de vacinas naquela unidade de saúde não é
verídica. Segundo ele, todos os postos de saúde e hospitais do interior
possuem as principais vacinas para casos urgentes como esse. “O
nigeriano médico não seguiu as recomendações de praxe seguidas por
médicos profissionais, caso isso tivesse sido feito, a criança poderia
estar viva agora”, explicou.
A
mãe da vítima não levou o filho para ser vacinado e a criança veio a
óbito. A mulher atribuiu a morte do filho ao médico. Ele foi autuado em
flagrante delito pelo delegado plantonista, Tarcísio de Jesus Fonseca,
pelo artigo 282 combinado com o artigo 171, estelionato e exercício
ilegal da Medicina.
Ainda
segundo Aluisio Mendes, a investigação do caso vai evoluir e informou
que a polícia agora quer saber quem facilitou a entrada do falso médico
no grupo profissionais da unidade de saúde, quem contratou e se recebia
alguma ajuda de custo para a realização de alguns plantões. “A Polícia
Civil vai apurar todas as responsabilidades para que todos sejam
penalizados”, informou.
O
juiz Marcelo Santana Farias, do Fórum do município de Bacuri, arbitrou a
fiança do falso médico, no valor de dois salários mínimos, o que
permitiu ao suspeito que fosse solto nesta segunda-feira (25).
Presentes,
também, na apresentação dos detidos, o secretário-adjunto de
Inteligência e Assuntos Estratégicos, Laércio Costa; a delegada geral de
Polícia Civil, Maria Cristina Resende; e o delegado Cesar Carlos
Veloso, adjunto da Superintendência de Polícia Civil do Interior.
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