Comunista foi descoberto fazendo campanha eleitoral no escritório do instituto, em horário de expediente.
Atual7
O pré-candidato comunista por uma parte da oposição, Flávio Dino de
Castro e Costa, deverá ser exonerado do Instituto Brasileiro de Turismo
pela presidente Dilma Roussef (PT). O aviso foi dado no início da tarde
dessa quinta-feira (21).
Com a imagem manchada junto à presidente – após ser descoberto por
sua própria assessoria partidária de que faz campanha eleitoral no
escritório da Embratur, Dino silenciou, ignorando os questionamentos
morais de seus seguidores nas redes sociais.
Pressionado pelo Planalto, no final da noite de ontem, saiu-se pela
tangente, declarando que permanecerá no cargo federal somente até o
início do próximo ano, embora possa ser exonerado antes do período
anunciado.
Segundo fontes de Brasília, Dilma não teria engolido o registro de
uma foto de campanha eleitoral de Flávio Dino, tirada de dentro do
gabinete Embratur, em que um quadro oficial da petista também aparece.
As constantes pressões de Dino, por meio de falsas notas na imprensa do
sul, também teriam sido o motivo do estopim.
Histórico
Empossado na Embratur em 2011, Flávio Dino chegou ao instituto após
uma negociação envolvendo o então presidente do Senado, José Sarney
(PMDB/AP). Na época, segundo matéria de IstoÉ, o Instituto Brasileiro de
Turismo era chamado de ‘a estatal que ninguém quer’.
Um ano antes, desempregado após ser derrotado nas urnas pela
governadora Roseana Sarney (PMDB), chegou a espalhar – por meio de
aliados – que seria nomeado ministro do STF (Supremo Tribunal Federal),
dos Esportes, da Autoridade Olímpica, da Defesa, entre outros. Como não
conseguiu nada, espalhou – ele próprio – que voltaria a dar aulas na
Universidade Federal do Maranhão (UFMA). ‘É um orgulho para mim’, dizia
na época.
De histórico conturbado à frente da Embratur, Dino foi obrigado a
suspender, nos primeiros meses que sentou na cadeira, uma licitação de
R$ 10 milhões, após denúncias de conluio na disputa por Escritórios
Brasileiros de Turismo (EBTs) no exterior, que resultou na prisão de 36
pessoas.
Apesar do gordo salário que recebe para trabalhar, o presidente da
Embratur também foi descoberto gazeteando o trabalho, dezenas de vezes,
para fazer campanha política no Maranhão, onde tenta, desde 2008, quando
ainda era deputado federal eleito com as emendas milionárias do
ex-governador José Reinaldo Tavares – e perdeu em São Luís para João
Castelo (PSDB), lançar seu nome como oposição.
Uma das vezes que em que Dino deixou de trabalhar na Embratur para
vir ao Maranhão foi no início de outubro deste ano. Com a alegação de
que iria apresentar as ações do instituo em favor da promoção do
Maranhão no exterior, Flávio Dino e a Prefeitura de São Luís criaram uma
falsa agenda, completamente diferente da oficial.
Na época na denúncia, o Atual7 acabou constatando outro fato curioso:
no site da campanha Visit Brasil, onde Embratur apresenta traços como
cultura, ecoturismo e eventos de várias cidades turísticas do Brasil,
apenas Búzios, Aracaju, Salvador, Brasília, Belém e Ceará são
divulgadas. Nos cinco dias em que a reportagem acessou o site, nenhuma
das cidades turísticas do Maranhão apareceu entre as divulgadas.
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