Pages

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Presidente do PCdoB liga empresa escravista à Dilma Rousseff para ‘salvar’ Flávio Dino

Em nota oficial, partido comunista acabou 'confirmando' que denuncia contra empresa doadora é verídica.


Atual7
 
Na tentativa de salvar a imagem do ainda presidente da Embratur, Flávio Dino de Castro e Costa (PCdoB), o presidente do partido comunista no Maranhão, Márcio Jerry, acabou revelando que a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), também teve a campanha bancada, em 2010, por uma empresa escravista, a Infinity Bio-energy Brasil Participações S.A.

‘A mesma empresa doou para Dilma e para o PR Bahia. E aí? Estás acusando o PT,PCdoB e PR indevidamente. Doação foi legal’, revelou Jerry, no Twitter.

Empresa que doou quase a totalidade dos gastos de campanha de Flávio Dino foi denunciada como mantedora de trabalhadores em situação análoga à da escravidão. Foto: Igo Estrela / Época

A ligação de Dilma à Infinity Bio-energy tinha como estratégia passar a ideia de que a denúncia estava sendo feita também contra a presidente, e com isso causar um celeuma entre a petista e a governadora Roseana Sarney (PMDB), por causa do apoio declarado do PT ao secretário de Estado da Infraestrutura, Luis Fernando Silva, principal adversário de Dino nas eleições de 2014. Jerry esperava, com isso, que a denúncia fosse esvaziada.
 
Durante toda essa segunda-feira (25), comunistas tentaram ‘limpar a barra’ do presidente da Embratur, após uma denúncia publicada com exclusividade pelo jornalista Marco Aurélio Deça, dando conta de que o pré-candidato por uma parte da oposição teve 93% de sua campanha bancada pela Alcana Destilaria de Álcool de Nanuque S/A, com sede em Minas Gerais. A empresa é uma das 17 controladas pela Infinity Bio-energy.

Embora tenha estimado o gasto exato de R$ 2.884.318,50 na eleição passada, o ex-deputado federal acabou gastando, segundo a sua contabilidade, apenas R$ 539.830,65. Deste montante, meio milhão de reais foi doado à campanha do comunista, em espécie, de uma única vez, pela empresa escravista.

Seguindo a linha de Jerry, o PCdoB chegou a emitir uma nota, e acabou confessando a veracidade da denúncia. O partido, no entanto, apontou apenas o ano de 2011 – um ano após as eleições de 2010, como único caso em que a Infinity Bio-energy teve seu nome registrado entre as que possuem trabalhadores em situação análoga à da escravidão.

Documento da ONG desmonta argumento do PCdoB. Foto: Blog do Marco Aurélio Deça
REPÓRTER BRASIL Documento da ONG desmonta argumento do PCdoB. Foto: Blog do Marco Aurélio Deça

Documento da ONG Repórter Brasil – que fiscaliza situações que ferem direitos trabalhistas, porém, derruba o argumento do PCdoB. A Infinity Bio-energy Brasil Participações S.A – dona da Alcana Destilaria, já era denunciada por trabalho escravo desde 2009.

Em uma das páginas do documento, publicado novamente com exclusividade pelo jornalista na manhã de hoje (26), a Repórter Brasil aponta a Infinity Bio-Energy, naquele ano, com nada menos que 1.551 em condições de trabalho escravo.

Um outro documento, da Comissão Pastoral da Terra, revelou ainda que a empresa que financiou quase a totalidade da campanha de Flávio Dino mantinha um ‘elevado número de trabalhadores escravos em Mato Grosso do Sul’, e derrubou a argumentação de um site mantido pela assessoria de Flávio Dino, explicando que a Infinity Bio-Energy originou-se de uma multinacional, a Infinity Limited, com sede no paraíso fiscal Ilhas Bermudas.

Jerry chegou ainda a alegar que a Infinity Bio-energy 'não aparece entre as empresas que figuram na lista suja do trabalho escravo'. Foto: Reprodução / Twitter
DESMONTADO Jerry chegou ainda a alegar que a Infinity Bio-energy ‘não aparece entre as empresas que figuram na lista suja do trabalho escravo’. Foto: Reprodução / Twitter

Nenhum comentário:

Postar um comentário

© Copyright 2008 - Idalgo Lacerda.