Em nota oficial, partido comunista acabou 'confirmando' que denuncia contra empresa doadora é verídica.
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Na tentativa de salvar a imagem do ainda presidente da Embratur,
Flávio Dino de Castro e Costa (PCdoB), o presidente do partido comunista
no Maranhão, Márcio Jerry, acabou revelando que a presidente da
República, Dilma Rousseff (PT), também teve a campanha bancada, em 2010,
por uma empresa escravista, a Infinity Bio-energy Brasil Participações
S.A.
‘A mesma empresa doou para Dilma e para o PR Bahia. E aí? Estás
acusando o PT,PCdoB e PR indevidamente. Doação foi legal’, revelou
Jerry, no Twitter.
A ligação de Dilma à
Infinity Bio-energy tinha como estratégia passar a ideia de que a
denúncia estava sendo feita também contra a presidente, e com isso
causar um celeuma entre a petista e a governadora Roseana Sarney (PMDB),
por causa do apoio declarado do PT ao secretário de Estado da
Infraestrutura, Luis Fernando Silva, principal adversário de Dino nas
eleições de 2014. Jerry esperava, com isso, que a denúncia fosse
esvaziada.
Durante toda essa segunda-feira (25), comunistas tentaram ‘limpar a barra’ do presidente da Embratur, após uma denúncia publicada com exclusividade pelo jornalista Marco Aurélio Deça,
dando conta de que o pré-candidato por uma parte da oposição teve 93%
de sua campanha bancada pela Alcana Destilaria de Álcool de Nanuque S/A,
com sede em Minas Gerais. A empresa é uma das 17 controladas pela
Infinity Bio-energy.
Embora tenha estimado o gasto exato de R$ 2.884.318,50 na eleição
passada, o ex-deputado federal acabou gastando, segundo a sua
contabilidade, apenas R$ 539.830,65. Deste montante, meio milhão de
reais foi doado à campanha do comunista, em espécie, de uma única vez,
pela empresa escravista.
Seguindo a linha de Jerry, o PCdoB chegou a emitir uma nota, e acabou
confessando a veracidade da denúncia. O partido, no entanto, apontou
apenas o ano de 2011 – um ano após as eleições de 2010, como único caso
em que a Infinity Bio-energy teve seu nome registrado entre as que
possuem trabalhadores em situação análoga à da escravidão.
Documento da ONG Repórter Brasil – que fiscaliza situações que ferem
direitos trabalhistas, porém, derruba o argumento do PCdoB. A Infinity
Bio-energy Brasil Participações S.A – dona da Alcana Destilaria, já era
denunciada por trabalho escravo desde 2009.
Em uma das páginas do documento, publicado novamente com exclusividade pelo jornalista na manhã de hoje (26), a Repórter Brasil aponta a Infinity Bio-Energy, naquele ano, com nada menos que 1.551 em condições de trabalho escravo.
Um outro documento, da Comissão Pastoral da Terra, revelou ainda que a
empresa que financiou quase a totalidade da campanha de Flávio Dino
mantinha um ‘elevado número de trabalhadores escravos em Mato Grosso do
Sul’, e derrubou a argumentação de um site mantido pela assessoria de
Flávio Dino, explicando que a Infinity Bio-Energy originou-se de uma
multinacional, a Infinity Limited, com sede no paraíso fiscal Ilhas
Bermudas.