Ex-juiz federal defendeu a Eletromil, que também lesionou consumidores nos Estados do Ceará e Pará.
ADVOGADO DO DIABO Flávio Dino foi escolhido para advogar por empresa que ‘abocanhou’ dinheiro de milhares de maranhenses em um golpe milionário.
Permanece na cabeça da população maranhense o caso da empresa
Eletromil, que enrolou milhares de consumidores no Estado com o famoso
golpe da compra premiada, aquele em que o cliente vai pagando as
prestações do item que quer adquirir – como num consórcio – e, quando
for sorteado, para de pagar o carnê.
O que muita gente não sabe, porém, é que o ainda
presidente da Embratur e pré-candidato ao governo estadual por uma parte
da oposição, Flávio Dino de Castro e Costa (PCdoB), advogou pela
empresa e seus sócios estelionatários, que também enganou outros
milhares de consumidores no Ceará e Pará, onde causou um prejuízo
estimado em R$ 30 milhões, mesmo montante recalculado no Maranhão.
Mais: enquanto defendia a Eletromil e outras empresas também acusadas
de golpe, Flávio Dino se apresentava como ‘defensor da população do
Maranhão’, numa especie de jogo duplo.
O Atual7 teve acesso a ata de uma reunião postada no
site da Associação Brasileira de Administradoras de Compra Premiada
(Abracompre), a qual a Eletromil fazia parte. Estranhamente, há duas
semanas, desde que a reportagem tentou contato com a associação, o site
foi retirado do ar.
Em abril do ano passado, uma investigação da 2ª Promotoria de Justiça
de Defesa do Consumidor de São Luís apontou os proprietários da empresa
como estelionatários, já que milhares de consumidores, que aderiram à
modalidade da compra premiada, nunca foram contemplados ou tiveram os
valores pagos resgatados.
Na época, o empresário Eduardo Fernandes Facundes, proprietário da
Eletromil, teve fechadas suas lojas no São Cristovão e no São Francisco,
em São Luís, e uma em Bacabal – todas reabertas após acordo com Justiça
e a promessa de que iria cumprir os compromissos com os clientes.
Semanas depois, o empresário fugiu e nunca foi encontrado.
Ainda de acordo com a ata da reunião que aprovou a contratação de
Flávio Dino para defender as empresas de compra premiada associadas à
Abracompre, estranhamente, além do comunista o ser apresentado como
ex-deputado federal de dois mandatos, a associação diz ainda que ele é
fundador do Conselho Nacional do Justiça (CNJ) e juiz federal licenciado
– e não ex-juiz. Curriculum tão enganoso quanto o golpe da empresa
defendida pelo pré-candidato que, como advogado, é provável que saiba o
paradeiro de seu cliente.
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