Na
noite de 23 de abril de 2012, o jornalista Décio Sá foi brutalmente
assassinado em um restaurante da Avenida Litorânea. Após forte comoção,
dois anos se passaram. E toda a mobilização internacional em torno do
caso chegou, a rigor, apenas a lugares-comuns:
1 - a polícia optou por uma linha de investigação
que levou 12 suspeitos à cadeia, mas, até hoje, parece faltar a liga
entre os mandantes e os supostos agenciadores do crime – além do chamado
nexo causal para a execução do jornalista;
2 - a mesma polícia iniciou uma investigação
paralela sobre o relacionamento de políticos, empresários e policiais
com agiotas no Maranhão, mas nunca apresentou sequer um relatório
parcial desta investigação;
3 - o Ministério Público abriu investigação sobre
uma outra linha de suspeição, que envolvia empresários e apontava,
inclusive, um promotor como suposto alvo da mesma quadrilha que matara
Décio. Mas a investigação corre em segredo de Justiça, sem nenhuma
informação pública;
4 - a Polícia Federal começou a investigar o
delegado Pedro Meireles, suspeito de envolvimento com o agiota Gláucio
Alencar, apontado como mandante da morte de Décio Sá. Já se vão quase
dois anos e a PF mantém absoluto silêncio sobre o assunto.
5 - o advogado Ronaldo Ribeiro, apontado como elo
entre o delegado federal Pedro Meireles, o agiota Gláucio Alencar e o
jornalista Décio Sá, escapou da pronúncia a Júri Popular e seu processo
parece ter emperrado nos corredores da Justiça maranhense;
6 - a Justiça pronunciou a Júri Popular os 12
acusados pela morte de Décio Sá, mas apenas o assassino Jonathan de
Souza, e seu cúmplice na execução, Marcos Bruno de Oliveira, foram
condenados. Não há nenhuma previsão de julgamento dos demais acusados;
7 - os acusados Fábio Aurélio Saraiva Silva, o
Capita, e Fábio Aurélio do Lago e Silva, o Buchecha, foram soltos menos
de um ano após o crime e nunca mais voltaram à cadeira, mesmo
pronunciados a Júri, como todos os demais;
8 – a polícia nunca esclareceu as circunstâncias e
os autores dos assassinatos de Valdêmio José da Silva e Ricardo Santos
Silva, o “Carioca”, duas das testemunhas do caso;
9 - o acusado Shirliano Graciano de Oliveira, o Balão, é o único dos envolvidos que nunca foi localizado pela polícia.
E sobram mais dúvidas do que certezas no episódio…
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