No Maranhão voltou à época do vitorinismo... quando matavam 100 por dia e deixavam mais 100 amarrados para sangrar no dia seguinte! Uma época marcada por extremada violência e o então Governador Vitorino Freira dava guarida a capangas, jagunços e, quando bem entendia usava os agentes públicos de segurança para executara qualquer ato que viesse contrariar seus interesses pessoais e políticos.
“No Maranhão estamos vendo uma forma trivial desse procedimento: espalhar o medo, ameaçar as pessoas, perseguir e jogar a polícia e a justiça para chegar ao objetivo de desconstruir os adversários ou inimigos”, assim o ex-presidente da República, ex-senador José Sarney comparou o regime político vigente no Maranhão aos regimes autoritários já vividos no comunismo.
Veja abaixo na íntegra o artigo de José Sarney:
Adversário ou inimigo / Da Coluna do Sarney
A
democracia é uma disputa entre pessoas que desejam influir ou exercer o
poder, desde que começou a ser exercida pelos Estados criados ao longo
de séculos de experiências, em busca de como evitar a violência e
constituir-se o poder baseado em leis e não em homens, aquilo que hoje
chama-se o Estado de Direito. Um dos métodos políticos do mundo
democrático, no entanto, foi o de desclassificar o adversário.
Essa
técnica ficou tão consolidada que agora mesmo, na maior potência do
mundo, os Estados Unidos, a campanha presidencial foi feita com ataques
pessoais, na descoberta e criação de escândalos, muitos deles tão
escabrosos que parecia estarmos num país de instituições primárias.
Assim, levou vantagem quem mais desmoralizou o adversário. Foi quase que
um episódio vergonhoso ver o chefe do FBI anunciar, poucos dias antes
das eleições, uma investigação que comprometeu a candidata do Partido
Democrático, sob o pretexto de que poderia haver, num computador do
marido de uma colaboradora, mensagens confidenciais de quando era
Secretária de Estado. Vejam-se os métodos que foram capazes de alterar
decisivamente o resultado da eleição.
A luta pessoal, se
por si mesma já é condenável pela baixaria que possibilita, fica mais
grave quando o Estado participa dessa desclassificação do adversário. É
como se a tortura fosse usada como uma política de Estado – o que aliás
faz parte dos mandamentos de crueldade de Trump.
O Brasil
atravessa atualmente uma fase de histeria contra os políticos, e se
tenta não apenas desmoralizar as pessoas, mas demonizar a atividade
política, generalizando o conceito de que todos os políticos são
desonestos, sem dizer o que deve substituí-los. O maior perigo desse
procedimento é ser uma proposta escatológica. Se ele já tivesse tido
êxito em outro lugar do mundo, poderia ser um exemplo a seguir, mas
julgar que é o Brasil que vai descobri-lo é também esquecer que, em toda
parte que foi tentado, o resultado foi ou levar o poder aos militares
ou destruir os países. Eles levaram a vários tipos de dissolução da
sociedade e às ideologias que construíram os maiores campos de terror do
mundo, como o nazismo e o fascismo.
Lenine e Stalin
tentaram estabelecer outro tipo de luta, pregando que a política é uma
guerra, onde não há adversários, mas sim inimigos num campo de batalha,
em que o objetivo da luta é destruir, matar, dissolver o outro lado.
Em
seu livro 1984, George Orwell criou o domínio do Big Brother, que
controlava a vida de todos, numa antecipação da vigilância eletrônica
das câmeras e gravadores, com seus ministérios promovendo o contrário de
seus nomes: o da Verdade, a mentira; o do Amor, a tortura; o da Paz, a
guerra; e o da Fartura, a fome.
Quantas violências e
injustiças estão sendo feitas em nome da corrupção, que existe desde que
surgiu o homem na face da terra e só desaparecerá quando a humanidade
desaparecer.
No Maranhão estamos vendo uma forma trivial
desse procedimento: espalhar o medo, ameaçar as pessoas, perseguir e
jogar a polícia e a justiça para chegar ao objetivo de desconstruir os
adversários ou inimigos.
Graças a Deus isto tem sido tentado por vários ditadorezinhos de papel e o fim de todos eles é a derrota e o esquecimento.
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