Qualquer pipoqueiro de esquina sabe que a esquerda é craque em espalhar boatos para encurralar adversários.
O PT se mantém vivo no poder com mentiras sobre o PSDB. E o PSDB não
retornará ao poder enquanto ficar tentando explicar o que nunca fez.
Digo mais: o PT está longe, mas muito longe mesmo, de ser invencível.
O problema é que o maior partido de oposição decidiu disputar eleitores
do PT, enquanto há milhões de eleitores se sentido órfãos.
Bom, fiz esse preâmbulo para discutir a disputa pelo governo no Maranhão. Então, vamos lá.
Em 2010, após perder a
eleição no primeiro turno para Roseana Sarney (PMDB), o grupo de Flávio
Dino (PCdoB) tratou de publicar pesquisas em que Dino aparecia com mais
de 60% das intenções de voto, ou seja, não só venceria a eleição no primeiro turno como era imbatível.
Até onde a vista alcança, só este blog tratou de dizer que Flávio
Dino era favorito contra a própria sombra. Afinal, quais candidatos
estavam postos em 2010 para disputar a eleição de 2014? Simplesmente,
nenhum.
Quem publica pesquisa de intenções de voto a quatros anos da eleição? Não existe um mísero caso registrado.
Só, meus caros, que isso
fazia parte de uma estratégia, a de tentar pôr na cabeça dos eleitores
incautos que a eleição de 2014 já estava no papo a quatro anos da
disputa real!
Logo depois Flávio Dino e seu grupo trataram de publicar pesquisas em
que Lobão era o grande perigo para o comunista. Luís Fernando? Bem,
esse sequer deveria ser levado em conta.
Acontece que ninguém fez a pergunta fundamental: desde quando um
candidato divulga uma pesquisa na qual mostra ao adversário quem deveria
ser o seu (do adversário) candidato?
Não sei se o leitor já viu isso. Eu, com bons quilômetros de política rodados, jamais ouvi falar.
Tratava-se – é tão óbvio – de outra estratégia: desconstruir o melhor
candidato do campo adversário (no caso, Luís Fernando) e levantar a
bola daquele com menores possibilidades (no caso, Lobão. Não, como já
escrevi aqui, que Lobão viesse a ser um candidato fraco como eles
imaginavam e imaginam).
O certo, meus caros, é que o grupo que se encontra no poder estadual engoliu a pílula oferecida pelos adversários.
Criou-se um frenesi totalmente estúpido. A
tal ponto que hoje os governistas acreditam a sério que Luís Fernando
só terá uma eleição razoavelmente tranquila se for eleito primeiro pela
via indireta.
Que Einstein da política maranhense chegou a essa conclusão? A partir de quê?
Em primeiro lugar (vocês vão me perdoar por proclamar o óbvio), quem
se encontra no poder tem a faca e o queijo na mão. E como sempre digo,
isso não acontece só no Maranhão. É no Brasil inteiro.
Querem saber de uma
verdade? Ei-la: desde 1965, quando o oposicionista Sarney venceu a
eleição de governador, a oposição não vence uma eleição para o Governo
do Maranhão. Antes que algum tolo puxe o nome de
Jackson Lago, esclareço: Jackson Lago venceu a eleição de 2006 como
candidato do governo, Roseana Sarney é que estava na oposição.
Assim, a oposição perdeu.
Já escrevi aqui, que pela primeira vez o grupo ligado a Sarney tem um candidato competitivo. E é competitivo por inúmeros motivos. Não me custa citar alguns:
1) já comprovou ser um excelente administrador como prefeito da
cidade de São José de Ribamar (não há um oposicionista decente que negue
isso);
2) é um candidato que tem currículo e não folha corrida (ninguém o aponta como corrupto);
e 3) vai ter o que mostrar como candidato no horário eleitoral.
De onde tiraram, então, essa fragilidade? Só se foi do cofo da desconstrução de adversários da oposição.
O que o governismo já
deveria saber é que uma coisa é a classe média de São Luís que se
considera politizada e de esquerda. Outra bem diferente é a população
que rala todos os dias e não vive de frente para o mar e de costas para o
Maranhão real.
Não sou de origem popular, mas convivo tranquilamente com pessoas de
origem abaixo da classe média, classe média que se quer defensora dos
pobres, desde que seja com bastante distância.
O que essas pessoas dizem? Que Flávio Dino já ganhou? Que Luís Fernando não existe como candidato?
Hoje mesmo, quarta-feira, 26, estive
conversando com vários trabalhadores da zona rural de São Luís.
Provoquei a questão política sem citar nomes. Nenhum disse gostar ou
votar em Flávio Dino. Mas todos citaram Luís Fernando.
Citaram se referindo à administração de Ribamar e ao trabalho que ele está desenvolvendo na Secretaria de Infraestrutura.
Aí está. O governo deveria primeiro saber o que se passa nas classes populares antes de repetir o discurso furado da oposição.
Ah, os blogueiros também.
Para terminar, lembro da eleição de José Reinaldo Tavares (hoje no PSB).
Roseana Sarney queria Jackson Lago (PDT) como candidato do grupo. Acordo que fora fechado em 2000. Como
vocês sabem, Jackson se reelegeu naquele ano prefeito de São Luís com o
apoio do grupo Sarney. Veio a Lunus (operação até hoje sem explicação
pelo menos razoável) e Roseana teve de abandonar a candidatura à
Presidência da República.
Mesmo assim, estava mantido o acordo: Jackson Lago seria o candidato a governador.
Lago, com a falta de visão política que o caracterizava, achou que o caso Lunus havia destruído o grupo Sarney no Maranhão. Ele, que até havia proibido outdoors de aliados contra Roseana e dizia que essa conversa de oligarquia era um engano, tratou de voltar a atacar a… oligarquia.
Pois é, perdeu a eleição
para José Reinaldo Tavares, que em junho de 2002, ao me encontrar no
Arraial do Ipem do Calhau, me mostrou uma pesquisa na qual tinha míseros
2% das intenções de voto.
Como, então, desacreditar do potencial de Luís Fernando???
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