Em entrevista publicada neste domingo em O Estado de S. Paulo, o empresário mineiro Eike Fuhrken Batista , 52 anos, o brasileiro mais rico do país com patrimônio de R$ 7,5 bilhões, segundo a revista “Forbes”, revela que a siderúrigica Baosteel não se instalou no Maranhão por culpa do governo Jackson Lago (PDT), que dificultou a liberação da licença ambiental do empreendimento orçado em US$ 4 bilhões (cerca de R$ 7 bilhões). A empresa foi transferida para o Espírito Santo onde a crise mundial acabou adiando a consolidação do projeto.
Na época um grupo de deputados estaduais maranhenses idiotas visitaram o Espírito Santo no sentido de analisar o impacto ambiental que outros projetos siderúrgicos produziram naquele estado. Voltaram de lá convencidos que a Baosteel não poderia se instalar na Ilha de São Luís, mas no Continente. Acabaram convencendo o então governador da tese. O resultado foi que a siderúrgica se transferiu justamente para o Espírito Santo e o Maranhão mais uma vez foi prejudicado.
Eike Batista é um dos empresários que participa nesta quarta-feira do “Painel Empresarial 2009 – Oportunidades e Parcerias” presidido pela governadora Roseana Sarney. O evento acontece no auditório do Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana, das 11h às 13h. Além do bilionário brasileiro, dono da empresa EBX, que está construindo um termoelétrica no Maranhão, estarão presentes Franklin Feder (Alcoa), José Carlos Martins (Vale), Antônio Maciel Neto (Susano), Victorio de Marchi (Ambev), Ricardo Nascimento (Ferroeste) e o diretor de Inclusão Social e Crédito do BNDES, Élvio Lima Gaspar.
Abaixo, o trecho da entrevista de Eike Batista onde ele fala sobre o projeto da Baosteel no Maranhão. Leia aqui a entrevista completa.
Estadão - Pelo que a gente está entendendo, não haveria espaço na Vale para Roger Agnelli (presidente da companhia) e o sr. juntos.
Eike - Olha, numa boa, acho que ele fez uma gestão que tem méritos. A China cresceu, ele estava lá. Quando ele assumiu, a Vale era uma empresa muito menor do que hoje. Mas, às vezes, existem fases em que se pode fazer projetos de retorno menor, mas mais interessantes para o País do que projetos só na área de mineração. A gente não pode ser um eterno exportador de matéria-prima. Podíamos ter chegado para os chineses e combinado que metade do minério de ferro que eles comprassem fosse transformado em aço no Brasil.
Estadão - Mas não foi esse o trato com a Baosteel (siderúrgica chinesa que iria construir uma unidade no Brasil em sociedade com a Vale)?
Eike - Por que a Baosteel saiu do Brasil? Ela foi convidada para fazer uma siderúrgica no Maranhão, a licença ambiental não saiu. Foram para o Espírito Santo. Eles estavam falando com a Vale! Eles conversaram com governadores de Estado! Isso para os chineses é a última instância de poder! Aí o cara, depois de seis anos, depois de milhões de dólares de investimento, recebe dois nãos.
Blog do Décio Sa
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