Por Adriano Sarney*
Os
comunistas perderam as eleições municipais. Primeiro, porque, mesmo
utilizando-se da força da máquina pública, foram derrotados em cidades
importantes do interior e, na capital, não conseguiram levar em primeiro
turno. Segundo, disputaram em 103 prefeituras e não tiveram êxito na
grande maioria delas. Terceiro, fazem a política de sempre, conquistaram
as pequenas cidades com os mesmos grupos, compostos por famílias
históricas que se revezam no poder.
Nas
eleições deste ano, o governo foi desaprovado nos maiores colégios
eleitorais do Maranhão. Em Imperatriz, onde Flavio Dino obteve a maioria
dos votos em 2014, o povo revoltou-se com a arbitrariedade dos Leões
que acabou levando um major da polícia à prisão. Resultado, deu o PMDB
do competente Delegado Assis. Caxias elegeu Fábio Gentil contra três
poderes: Governo do Estado, Assembleia Legislativa e Prefeitura. Porto
Franco preferiu o Dr. Nelson ao invés de um grupo ligado ao governo. Em
Barreirinhas, Alberico Filho, sobrinho de José Sarney, ganhou. Em
Bacabal, a opção foi Roberto Costa, afilhado de João Alberto. Em Lago da
Pedra, mesmo o governo tendo enviado ao seu aliado mais de R$ 2 milhões
em convênio duvidoso, triunfou o grupo de Maura Jorge, símbolo da
oposição naquela região do Estado. Em Grajaú o povo escolheu Mercial
Arruda contra uma protegida do governador. E assim como esses
municípios, poderia listar outros.
Das
103 prefeituras almejadas por neocomunistas, apenas 46 foram
conquistadas, menos da metade. Dos prefeitos comunistas, 40 são homens e
apenas 6 são mulheres. Contudo, levando-se em conta esses números (e
números não mentem), o discurso governista torna-se frágil, pois,
historicamente, no Maranhão, os partidos que chegam ao poder conseguem
eleger em média 50 prefeitos, chamo esse fenômeno de Partido dos Leões.
Em 2008, o PDT, do então governador Jackson Lago, era o Partido dos
Leões e elegeu 66 prefeitos. Em 2012, período da então governadora
Roseana Sarney, o PMDB elegeu 48 prefeitos. O PCdoB, no mesmo período,
lançou candidaturas em 25 municípios e conseguiu eleger apenas cinco
prefeitos.
O Palácio começou a atuar
em favor do PCdoB e de outros partidos próximos ao comunismo ainda na
pré-campanha. A ordem era forçar prefeitos eleitos de partidos de
oposição como o PMDB e o PV a trocarem de legenda e engordar os partidos
da base. O prefeito era chamado por pessoas influentes do governo. O
mensageiro prometia recompensas em forma de convênios e influencias no
Palácio caso o gestor mudasse de legenda. Esse método de cooptação
deixava os gestores coagidos e muitos, infelizmente, foram praticamente
obrigados a mudar de partido. Com efeito, dos 20 prefeitos que o PV
tinha no começo de 2015, os Leões conseguiram levar 12. Contudo, o PV
conseguiu eleger neste ano 7 prefeitos, sendo a maioria mulheres, 4, com
a força do voto consciente. O mesmo aconteceu com o PMDB que teve parte
de seu quadro cooptado para partidos da base comunista mas, mesmo
assim, fez 22 prefeitos este ano. Quando o PCdoB estava fora do Palácio,
conseguiu eleger apenas 5 prefeitos.
O
governo também diz que seus aliados ganharam em outras 100 prefeituras.
A conta não fecha. Não podem levar em consideração todas as eleições
ganhas por partidos independentes ou que tenham disputas internas.
Considero o PP (que conquistou 15 prefeituras) e o PSB (13), por
exemplo, partidos rachados. Quem comanda o PP é o Deputado Federal André
Fufuca que é independente, apesar do Deputado Waldir Maranhão, aliado
do Flavio Dino, estar no partido, embora de saída. Luciano Leitoa
comanda o PSB, no entanto, o Senador Roberto Rocha parece independente
das amarras do governo estadual. O PRB (que fez 14) do Deputado Federal
Kleber Verde é aparentemente um partido independente, apoiou e deu
legenda ao Fabio Gentil de Caxias.
Bastou
um ciclo eleitoral para comprovar a queda do comunismo no Maranhão.
Fica a clara mensagem do povo contra o estilo perseguidor de governar,
aliado a falsas propagandas e a desculpas esfarrapadas. Tudo que vai mal
é culpa da “oligarquia.” O Maranhão não quer competir com a China em
números de prefeituras como o governador tenta passar para a imprensa
nacional. As prefeituras do PCdoB são do Partido dos Leões, seus
prefeitos não conhecem, não são e nunca foram de esquerda. As mudanças
que foram tão bem “vendidas” nas propagandas eleitorais em 2014 se
tornaram ilusões recheadas de desculpas. O resto é retórica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário