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sábado, 22 de novembro de 2008

Para Murad, crimes de Lago são maiores

O líder da Oposição na Assembléia Legislativa, Ricardo Murad (PMDB), disse ontem não haver como comparar as provas constantes do processo que resultou na cassação do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB), com as do processo que pede a cassação do diploma do governador maranhense Jackson Lago (PDT). Na avaliação de Murad, os crimes eleitorais cometidos na eleição de Lago superam em muito aqueles que levaram à vitória de Cunha Lima.
“Não há comparação. O uso do dinheiro público está evidente na eleição de Jackson Lago. Se na Paraíba foram gastos R$ 3 milhões ou R$ 4 milhões na eleição, aqui, o abuso chega a R$ 1 bilhão”, explicou o líder oposicionista.
A cassação de Cássio Cunha Lima foi decidida, por unanimidade, quinta feira, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O caso de Jackson Lago está aguardando parecer do Ministério Público Eleitoral, que segundo Ricardo Murad poderá ser emitido na próxima semana, o que pode levar ao julgamento de Jackson Lago ainda este ano.
“O caso de Jackson Lago é muito mais grave que o da Paraíba.
Aqui, houve a montagem de uma verdadeira quadrilha para usar o dinheiro público na eleição de um governador. Foi um crime premeditado, para tomar, na marra, a vitória da senadora Roseana Sarney. E isto está comprovado minuciosamente no processo que tramita no TSE”, disse o líder oposicionista.
Ricardo Murad também procura rebater as novas argumentações dos aliados de Jackson Lago de que, mesmo sendo comprovados os crimes eleitorais de 2006, não há como provar a sua participação direta.
“Era comum, no primeiro turno de 2006, ver, juntinhos, os três candidatos da cooperativa criada por José Reinaldo. Todos os candidatos – Edison Vidigal (PSB), Aderson Lago (PSDB) e Jackson Lago (PDT) – beneficiaram-se eleitoralmente dos recursos públicos desviados por José Reinaldo para a eleição”, destacou ele.
Após a cassação de Cássio Cunha Lima, aliados de Jackson Lago passaram a levantar a hipótese de que o governador não pode ser responsabilizado porque, ao contrário do governador da Paraíba, não estava no cargo durante a campanha. “Para derrubar este argumento fajuto basta perguntar: sem o dinheiro de José Reinaldo, Jackson Lago se elegeria aonde?”, ironiza Murad.
No processo que tramita no TSE, há declarações de aliados de Jackson Lago e do próprio governador afirmando, em comícios no interior, estarem felizes porque, agora, tinham o governo e a Assembléia Legislativa do lado deles, para vencer as eleições. “O próprio governador José Reinaldo disse que iria dispor a estrutura do governo, fosse quem fosse o candidato, para derrotar Roseana”, justificou Murad.
Para o deputado, as provas constantes do processo são irrefutáveis. “Não tenho dúvidas de que o TSE vai cassar o mandato do governador por abuso do poder econômico”, concluiu o líder oposicionista.
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Reproduzido do jornal “O Estado do Maranhão” de 22/11/2008 – pg03

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