Minha gente, eu relutei, insistir em ficar calado... Mas, não contive o meu ímpeto de jornalista, aquele que jamais se ausenta da verdade, esteja ela onde estiver! Entre tantas cenas de barbárie, passadas como filme de terror e comédia, no cenário político coroataense, destaco agora uma pérola que deixarei para a eternidade neste pequeno registro sobre a última sessão ordinária da Câmara Municipal de Vereadores. Lá vi um nobre edil tomando açoitadamente o microfone. Na Tribuna, ficou como se estivesse a agir contra um cego com um pau de dar em doido.Foi uma pedrada, de mais de 90 graus. Foi hilário! Quando podíamos pensar que algum dia um líder fosse ocupar uma tribuna para fazer o que sempre gostou de fazer – bater e bater e bateu no sentido contrário? Não se importando nem com os gêneros. Foi um espetáculo. Colocou, às vias de fato, o resultado de toda uma celeuma interna do seu Governo. Deixou claro que foi perseguido, rejeitado, por elementos da alta cúpula durante toda a sua campanha, ficando sem o apoio desejado, sem a solidariedade do seu grupo.Ainda assim, numa tentativa de mostrar o seu vigor, frisou que ganhou a eleição justamente, sem depender do Governo, até jurou de pés juntos que nem usou a máquina administrativa. Espera aí, usar a máquina não é legal! Mas, nas entrelinhas, o parlamentar escorregou. Parece que alguém do Governo usou a máquina - Não é verdade? Por sorte, a sessão é transmitida radiofonicamente para toda sociedade e a população de Coroatá pôde tomar conhecimento daquela pérola. Que o Governo não é aquele mar de rosas que muitos apregoam por aí. As rosas têm espinhos. Mas, nem todos têm a habilidade do jardineiro. Aquele ser humano que transmite apenas cuidados e amor às rosas, nunca sendo espetado; ao contrário de muitos que sangram e acabam provando do seu próprio veneno. Democracia não é isso: apunhalar o companheiro pelas costas sob pretexto da diversidade ideológica. Que pérola amarga! Indignado, mas num discurso fechado, pois o mesmo não deu nome aos bois, o vereador da estrela perdeu a compostura e, nada modesto, fez uma ácida desqualificação dos próprios companheiros do Legislativo. Apunhalou também e sangrou os aliados. Proferiu a desajeitada frase: “Desculpe... mas, nenhum vereador foi mais Governo, defendeu tanto esse Governo como eu defendi”. Que bumerangue! Diante de tanta cegueira, nem o bumerangue australiano seria capaz de quebrar o silêncio dos aliados, do Governo e da oposição que parecia dormir em berço esplêndido – Estaria o ar condicionado do Plenário a produzir a substância soporífera?
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Reproduzido do site Jornal do Povo - por Carlos Filho
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Postado por Idalgo Lacerda
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