Roseana lidera, Flávio começa bem

Pesquisa do Ipope, de Teresina (PI), encomendada pelo prefeito de Caxias, Humberto Coutinho (PDT), cobrindo o Maranhão inteiro, deu o seguinte resultado:

Roseana (PMDB) − 43%
Jackson (PDT) − 25%
Flávio Dino (PCdoB) − 15%

Faltando pouco mais de um ano para a eleição de 2010, qualquer pesquisa tem escassas possibilidades de antecipar o resultado final. Mas algo se pode dizer sobre essa do Ipope (supondo-se que seja correta).

1. Roseana, hoje candidata da situação, está melhor do que estavam, somados, os ex-candidatos governistas Jackson Lago e Edson Vidigal em setembro de 2005. Na época, Roseana, candidata da oposição, aparecia nas pesquisas com cerca de 70% dos votos. A propaganda inteligente e máquina do Governo, incluindo os abusos sancionados pelo TSE, em um ano liquidou com a vantagem dela.

2. Flávio, como tertius, compara-se com o Jackson de 1994 − aquela eleição em que o pedetista ajudou Roseana a derrotar Cafeteira no 2o turno, por uma cabeça (e várias arbitrariedades). Em setembro de 1993, o tertius Jackson tinha algo assim como dois ou três por cento. Terminou com mais de 20. Se Flávio já parte com 15%, seu teto é imprevisível.

3. Eleito no 2o turno de 2006 com 51,82%, Jackson sofre o impacto profundo de uma administração marcada pela ineficiência e corrupção generalizadas e prematuramente encerrada por decisão judicial. Perdeu mais da metade do eleitorado que o favoreceu há apenas três anos.

4. Embora as condições políticas não permitam que Roseana repita em 2010 os escândalos eleitorais de 1994 e 2006, o uso da máquina oficial, ainda que se mantenha nos largos limites da lei, deve turbinar ainda mais a candidatura dela. Que se tornará quase imbatível se conseguir realizar suas promessas mais reluzentes na Educação, na Segurança e especialmente na Saúde.

5. Jackson, ex-governador, é talvez ainda o mais provável adversário de Roseana num provável 2o turno. Mas ele é tudo que Roseana quer como adversário. Flávio precisa de muito esforço para superar o ex-governador no 1o turno. Mas, se chega ao 2o, Roseana tem muito mais razão para recear.

Que acha o leitor?

Senadores

Da mesma pesquisa Ipope:
Lobão (PMDB) − 41%;
Flávio (PCdoB)− 31%
Zé Reinaldo (PSB) − 26%
Bira (PT) − 13%
Edson Vidigal − 11%.

Lição da História

A eleição de senador é influenciada pela de governador. A coligação vencedora do primeiro turno de governador elege também o candidato ou candidatos ao Senado. Essa tem sido a regra infalível, desde a volta da eleição direta de governador, há 27 anos.

Foi assim em 1982, com Luiz Rocha (gov.) e Castelo, e em 1986, com Cafeteira (gov), Lobão e Alexandre Costa.

Em 1990 também foi assim. Deu Castelo (mais votado no 1o turno) e Cafeteira. E em 1994, Roseana (gov.), Lobão e Alexandre Costa.
E ainda em 1998, com Roseana (gov.) e João Alberto; em 2002, com Zé Reinaldo (gov.) e Lobão; e em 2006, com Roseana (mais votada no 1o turno) e Cafeteira.

Logo, a hipótese menos provável é a mais citada por analistas desatentos − a da eleição de um senador de cada lado em 2010.

Salvo algum imprevisto, isso só ocorrerá em duas hipóteses. A primeira é uma eleição com apenas dois candidatos ao Governo, na qual um vença o outro por pouco. A segunda é de um “combinemo” por baixo dos panos, no qual duas coligações acertem dividir as vagas do Senado, em prejuízo de terceiros. É difícil, mas não é impossível.

Flávio senador?

Um ponto interessante nessa pesquisa é aparecer o nome de Flávio Dino para senador.

Significa que o prefeito de Caxias mandou o Ipope testar essa hipótese também, na pesquisa dita “estimulada”.

Coutinho é Flávio para o que der e vier: governador, senador ou deputado federal novamente.

Blog do Walter Rodrigues (Colunão)