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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

De volta a lengalenga

O governador Jackson Lago e seus aliados vivem um tenso processo de contagem regressiva em relação à retomada, provavelmente nesta terça-feira, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do julgamento do recurso em que a coligação “Maranhão - A força do Povo” pede a cassação do governador e do vice Luiz Porto por corrupção eleitoral.
Ao contrário dos denunciantes, que mantêm serenidade e não fazem proselitismo nem “cantam” vitória antecipadamente, aguardando a palavra final da Justiça Eleitoral para se manifestar, os partidários do governador, incentivados, e supostamente financiados, pela cúpula do governo, tentam descaracterizar a denúncia e, por via de conseqüência, desacreditar o TSE.
Ontem, por exemplo, um grupo de agentes políticos ligados ao governo percorreu a avenida Litorânea em um trio elétrico atacando violentamente adversários do governador Jackson Lago, Na mesma “ação política”, o grupo distribuiu um panfleto em forma de jornal, no qual também agridem os que não concordam com a continuação de um governo corrompido na origem e que responde a inúmeras denúncias de falcatruas, entre elas o caso Gautama, revelado na Operação Navalha.
De um modo geral, governistas de proa têm manifestado duas posições. Em conversas reservadas com interlocutores “confiáveis”, concordam que a situação do governador é complicada e até admitem a possibilidade de cassação, prometendo, nesse caso, brigar na Justiça para reverter o quadro, inclusive culpando o ex-governador José Reinaldo Tavares. Em público, a conversa muda: dizem que é “armação”, que é “golpe” da “oligarquia” para voltar ao poder.
A “ação política” de ontem na Litorânea vai continuar hoje e amanhã, quando governistas pretendem azucrinar os ouvidos dos maranhenses com a lengalenga pró-Jackson Lago.


ROTEIRO
Pelas regras do TSE, os votos nos processos da Corte são emitidos de forma alternada entre os membros do STF, STJ e OAB, levando em consideração quem seja o relator.
No caso do processo de cassação do governador Jackson Lago, como o relator é do STF, a votação começa pelo STJ (Felix Fischer), passa para o STF (Joaquim Barbosa)
e vai para a OAB (Marcelo Ribeiro ou Arnaldo Versiani), voltando para o STJ (Fernando Gonçalves).
Há quem avalie que se os ministros Félix Fischer e Joaquim Barbosa votarem pela cassação, já era.

PODE VOTAR
Tudo indica que o ministro presidente Ayres Brito também vai participar do julgamento do recurso que pede a cassação do governador Jackson Lago.
Sintoma: o presidente do STJ fez questão de votar no julgamento do governador da Paraíba, mesmo já tendo confirmada a cassação por unanimidade.
Vale lembrar que Ayres Brito foi o primeiro relator do caso, responsável por toda a instrução que embasou o relatório do ministro relator Eros Grau.
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Reproduzido do jornal “O Estado do Maranhão” Coluna “Estado Maior” de 08 e 09/02/2009.

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