Por RICARDO MURAD - Saindo da discussão estéril de que o impeachment é golpe ou não, há
tese para todos os gostos, o fato é o fim do governo Dilma por absoluta
falta de credibilidade, apoio popular e parlamentar, abalado por uma
crise econômica que está quebrando o setor produtivo do país em todas as
áreas. Algumas delas literalmente já com atividades encerradas, outras
quase parando e quem ainda sobrevive está vendo o tsunami
já à sua frente. Essa quebradeira provocou o desemprego de milhões e
perda de renda e oportunidades para toda a população economicamente
ativa. Uma catástrofe que precisa ter uma solução.
O impeachment deve ser confirmado no Senado e aí abre-se uma nova
oportunidade para sairmos dessa situação crítica, principalmente se
Temer tiver a lucidez de convocar uma Constituinte para fazer as
reformas exigidas pelo povo brasileiro. Se Temer optar por governar no
modelo atual vai fracassar e não terminará o mandato. Já na hipótese
improvável de o impeachment não passar no Senado, infelizmente teremos a
anarquia e a ingovernabilidade. Não há, por mais que se queria ser
otimista, condições de haver um governo eficiente, de união nacional com
Dilma à frente e o PT como o principal partido de apoio no Congresso
Nacional. E, apenas para argumentar, quem cavou a própria cova foi a
presidente quando armou toda aquela farsa para se reeleger, e o fez
conscientemente. Paga o preço agora pelo pecado mortal que cometeu.
Um fato curioso são os deputados do baixíssimo clero que votaram com o
governo. Esse voto no varejo conquistado através do compromisso de
cargos não valerá nada após a votação, ou alguém acredita que o governo
vá se amarrar numa minoria de deputados que só se manteve fiel em troca
de favores?Lógico que passada a votação e com Dilma desesperada,
imediatamente o governo chamará os senadores para tentar um pacto de
governabilidade e esses cargos antes negociados individualmente com os
deputados, serão ofertados para a formação dessa nova maioria, agora no
Senado.
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