Eram usados cartões de pessoas já falecidas para requerer benefícios.
Quadrilha também recrutava idosos para fazer documentos falsos.
Do G1 MA
A Superintendência da Polícia Federal no Maranhão deflagrou na manhã desta sexta-feira (26) a Operação Tânato, que investiga fraudes nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em cinco cidades do estado. A estimativa é que o rombo ao INSS chegou a R$ 4,3 milhões em sete anos de atuação da quadrilha.
A Superintendência da Polícia Federal no Maranhão deflagrou na manhã desta sexta-feira (26) a Operação Tânato, que investiga fraudes nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em cinco cidades do estado. A estimativa é que o rombo ao INSS chegou a R$ 4,3 milhões em sete anos de atuação da quadrilha.
A força-tarefa previdenciária foi integrada pela Polícia Federal,
Ministério do Trabalho e Previdência Social, além do Ministério Público.
Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e 12 de condução
coercitiva, além de arresto de bens e veículos envolvidos. Ninguém foi
preso.
O esquema criminoso consistia em adquirir cartões magnéticos utilizados
para saque de benefícios sociais do INSS de pessoas já falecidas. A
morte dos beneficiados não era comunicada oficialmente aos cartórios,
dessa forma os cartões eram obtidos pelos criminosos com as famílias dos
falecidos.
Segundo o delegado Sandro Fonseca, responsável pela Operação, os
criminosos também recrutavam pessoas mais velhas, fabricavam uma
carteira de identidade falsa ou levavam ao cartório para tirar outra
certidão de nascimento. Com esse documento era requerido o benefício do
INSS.
Documentos apreendidos por uma das equipes da
PF (Foto: Joyce Mackay / G1)
PF (Foto: Joyce Mackay / G1)
“O esquema basicamente era através da compra de cartões de pessoas já
falecidas, eles continuavam sacando esse dinheiro após o falecimento, e
do requerimento de benefícios sociais usando documentos falsos”,
explicou o delegado.
O que mais chamou a atenção da Polícia Federal foi a enorme quantidade
de cartões magnéticos apreendidos na operação. Só com um dos
investigados, por exemplo, foram encontrados 400 cartões.
“É um valor substancial, porque cada cartão no mínimo você faz a
retirada de um salário mínimo. Estima-se que o rombo evitado chegue
perto de R$ 1 milhão mensal daqui para frente nos cofres do INSS. O prejuízo mensalmente era gigantesco”, disse o delegado.
A comercialização dos cartões entre quadrilhas também está sendo
investigada pela PF. A estimativa é que cada cartão era vendido pela
quantia de R$ 5 mil. Por conta disso, os cartões contavam com uma
segurança para guardá-los. Em São Bento, um policial militar foi alvo de
um mandado de busca e apreensão por ser suspeito de ocultar cartões.
Para do delegado Sandro Fonseca, o INSS possui uma série de
fragilidades no que se refere à concessão de benefícios sociais que
permitiu que o esquema fosse montado. “Para requerer os benefícios só é
necessário apresentar um documento com foto. A principal vítima desse
esquema é o INSS, sem dúvida”, finalizou.
Documentos falsos eram usados para requerer benefícios sociais (Foto: Joyce Mackay / G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário