G1 DÁ AMPLA COBERTURA SOBRE O FALECIMENTO DO MÚSICO E INSTRUMENTALISTA BACABALENSE PAPETE
Às 9h, velório foi aberto ao público; corpo será cremado.
Pela tarde, cortejo segue rumo ao Cemitério Jardim da Paz.
Corpo é velado na Casa do Maranhão, no Centro de São Luís (Foto: Danilo Quixaba/Mirante AM)
O corpo do cantor e compositor Papete
é velado nesta manhã de sexta-feira (27), na Casa do Maranhão, região
central de São Luís (MA). O velório pera a família teve início nas
primeiras horas da manhã, às 6h, reservado à família e amigos. Às 9h, o
velório foi aberto ao público. Pela tarde, às 14h, o cortejo segue rumo
ao Cemitério Jardim da Paz, na Estrada de Ribamar, onde o corpo será
cremado a pedido do próprio artista em vida.
José
de Ribamar Viana, o Papete, morreu na madrugada dessa quinta-feira
(26), aos 68 anos, de insuficiência cardiorrespiratória, segundo
informou a família. Papete lutava contra um câncer de próstata e
estava internado no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. O quadro
havia piorado nos últimos dias. A Prefeitura de São Luís decretou luto
oficial de três dias.
Corpo de Papete será cremado, a pedido do
próprio artista (Foto: Danilo Quixaba/Mirante AM)
próprio artista (Foto: Danilo Quixaba/Mirante AM)
Amigos, fãs e artistas prestaram as últimas homenagens na despedida de
uma grande referência da cultura popular do Maranhão. O amigo e também
músico Chiquinho França destacou a trajetória do artista e a garra do
cantor e compositor que manteve as atividades em pelo menos dois
projetos, mesmo doente.
“Eu acho que o Papete foi inspiração para toda essa gama de artistas
que apareceram depois dele. Papete é uma grande referência, não só para a
música, mas como para a cultura, folclore. Eu tenho dito que ele
trilhou a carreira dele sem muito egoísmo na questão de gravar os
melhores compositores da sua geração, de chamar grandes músicos e fazer
um rodízio com os músicos nos seus shows e seus trabalhos. Era um cara
que ‘manjava’ muito da produção desde a criação, da composição, gravação
em estúdio, do palco, a coisa da mídia, de como fazer com que a música
tocasse”, disse Chiquinho França.
Entre parceiros de música, surpresa. “Há poucos dias, ele lançou um
livro, e por sinal estou nesse livro. Isso para mim foi um choque muito
grande. Surpreendeu. Eu nem sabia que ele estava internado, doente. Eu
desabei”, revelou a sambista e compositora Patativa.
“Papete como músico, reconhecido internacionalmente. Poucos músicos
alcançam essa notoriedade. Então, Papete como músico foi um cara que
tocou com todo mundo e foi considerado várias vezes um dos maiores
percussionistas do munco. Só esse mérito já é uma honra para o Maranhão.
Agora, como artista maranhense, acho que ninguém amou tanto sua terra,
ninguém cantou com tanto amor sua terra do que Papete, principalmente
nesse período tão importante no Maranhão que são as festas juninas”,
destacou o cantor Tutuca.
“Ele com um tambor na mão, contava a história de todos os ritmos, no
mundo todo. Era um cara completo, um cara fantástico, disciplinado, um
cara que tomou a frente da música popular maranhense e representou muito
bem a música regional do Maranhão”, ressalta o músico cantor Gerude.
Entre amigos, grandes histórias. “Cultura, musical e de amizade. Papete
é uma referência na vida. Eu estudava em São Paulo, quando conheci
Papete e sua música, e por incrível que pareça foi por meio dele que vim
a ter mais familiaridade com a música do Maranhão. A partir disso,
aprofundei meus conhecimentos nessa área. Papete foi o grande inspirador
desse movimento de fazer os festejos juninos, a música do Maranhão deu
uma linguagem mais popular, mas acessível. É uma perda muito grande”,
disse o presidente do Conselho Deliberativo do Grupo Mirante, Fernando
Sarney.
“Eu gostava muito do Papete. A cultura do Maranhão perde muito. Ele era
um ícone da cultura do Maranhão”, afirmou o senador João Alberto
(PMDB-MA).
Músico tinha mais de 40 anos de carreira e 23
álbuns lançados (Foto: Divulgação/Eraldo Peres)
álbuns lançados (Foto: Divulgação/Eraldo Peres)
Trajetória
Papete nasceu em Bacabal – a 240 km de distância da capital –, e é uma das principais referências do São João do Maranhão, com canções e composições que marcaram gerações, como
‘Bela Mocidade’, ‘Boi da Lua’ e ‘Coxinho’. Seu trabalho mais destacado é ‘Bandeira de Aço’
.
Papete foi reconhecido um dos melhores percussionistas do mundo, nos anos de 1982, 1984 e 1987, quando participou do ‘Festival de Jazz de Montreux’, na Suíça.
Mais recentemente, o cantor e compositor lançou um trabalho, intitulado ‘Os Senhores Cantadores, Amos e Poetas do Bumba Meu Boi do Maranhão’, que resgata a história dos cantadores de bumba meu boi do Maranhão.
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