O vice-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Max Barros (PMDB), reagiu com firmeza hoje (14) a um pronunciamento do deputado Bira do Pindaré (PT), que tentou reacender um debate já encerrado sobre a construção da estrada Coroatá/Vargem Grande, pelo Governo do Estado.
De posse de documentos fornecidos pelo próprio Max Barros, ex-secretário de Estado de Infraestrutura, a toda a oposição, o petista voltou a questionar a contratação e os pagamentos feitos à empresa JNS Canaã pela construção da estrada. E insinuou que a empresa não existe, e que poderia ter havido desvio de recursos.
Max foi duro com o oposicionista. Embasado ao extremo sobre o assunto – afinal de contas, ele mesmo produziu o relatório que BIra tinha em mãos -, o governista citou, novamente, todo o histórico da obra e fez a diferença em plenário, com uma defesa calçada em dados.
“O governo que roubou, e aqueles que fizeram parte do governo que roubou, vêm denunciar onde não tem corrupção. Isso é um absurdo! Talvez para fazer média e tentar conquistar o eleitorado de Coroatá, mas se conquista com trabalho, fazendo as obras acontecerem, e não com mentiras e inverdades”, reagiu.
Segundo Max, quem pagou por serviços não executados na mesma estrada Coroatá/Vargem Grande foram os governos anteriores. Um dos contratos foi feito com a já conhecida Gautama, revelou. Ele sugeriu, inclusive, a abertura de CPI para investigar os últimos 15 anos de obras no trecho.
“Quem roubou na estrada Coroatá/Vargem Grande foi o governo do qual o deputado Bira fazia parte. Não sei se quando foi feito o roubo ele estava aqui no Maranhão ou em Nova York, com aquele xale bonito que ele usa lá perto do Empire State. Já foi comprovado e está na Corregedoria que quem primeiro enganou essa obra foi o governo anterior, do governo Jackson Lago. Disseram que iam fazer estrada, que iam fazer todas as pontes de concreto armado. Eles contrataram uma empresa, a Gautama, mas os esqueletos da ponte estão todos lá. A Polícia Federal já tem a perícia, então é fácil de a gente apurar. A Polícia Federal periciou as pontes e constatou que todas elas estão superfaturadas, e o esqueleto está lá na estrada Coroatá/Vargem Grande, mas não foi no governo Roseana não, foi no governo anterior”, completou
Barros ainda revelou quanto se pagou à Gautama por serviços, segundo ele, não executados. “O governo Jackson Lago, do qual o deputado Bira faz parte, pagou R$ 2 milhões a mais pela estrada Coroatá/Vargem Grande. Ele disse que ia fazer estrada, e nunca fez a estrada. Isto que V.Exa. tem que dizer lá em Coroatá e Vargem Grande, que V.Exa. quando era governo prometeu a estrada, mas não fez e superfaturou em R$ 2 milhões, o que está comprovado. Inclusive vou trazer aqui os dados do superfaturamento que foi pago, e não foi feito na estrada de Buriti/Duque Bacelar, foi pago tudinho para a empresa Targino e os caminhões e os ônibus na BR não podiam nem passar, ficavam atolados, foi até reportagem no Jornal Nacional. Está lá na Corregedoria. Eu nunca vim para esta tribuna para fazer essas denúncias, porque não é o meu perfil. Mas quando vejo mentiras colocadas aqui tenho que rebater com as verdades”, frisou.
O posicionamento firme do vice-presidente da Casa foi digno de elogios até mesmo da oposição. Em aparte, marcelo Tavares (PSB), disse “ter certeza absoluta de que não há nenhuma irregularidade” na gestão de Max Barros à frente da Sinfra.
“Eu acho que nessa relação de governos que roubaram, acho que está faltando um. Então, deputado Max, de V. Exª tenho certeza absoluta de que não há nenhuma irregularidade e já disse isso aqui mais de uma vez. Mas o que o deputado Bira denunciou foi essa relação promíscua entre governo e essa empresa, que ninguém sabe de quem é, e recebeu dinheiro para fazer várias obras e não terminou nenhuma. E a SINFRA até tomou as medidas legais cabíveis, mas isso não aconteceu com as outras Secretarias. Então, a relação promíscua, fica claro que existiu nesse governo, se não na SINFRA, mas em outra Secretaria. Então, essa que é a nossa preocupação”, comentou.
Para Othelino, o interesse do debate não era “ferir” a gestão Max à frente da Sinfra. Ele acrescentou reconhecer a “reputação” e a “boa carreira” do peemedebista como técnico e secretário.
“Então, para deixar claro que não existe aqui nenhum interesse em ferir a sua gestão, mas o fato é grave, e precisa ser explicado pelo o governo. Então é essa a cobrança que fica para o governo, para que se pronuncie e assim esclareça para a sociedade. Se ficar claro que não houve irregularidade, ótimo, mas o que está parecendo pelos os documentos que foram apresentados, de acordo com o discurso do deputado Bira, são situações que precisam mesmo ser esclarecidas. E nem por isso tivemos nenhum objetivo de atingir a sua reputação e a sua boa carreira como técnico e como secretário que foi”, reforçou.
Ao finalizar o discurso, Max frisou que voltou à tribuna para tratar do assunto por achar injusto o posicionamento do deputado petista, de tentar retomar um debate que a própria oposição havia dado por encerrado.
“Esse assunto não é a primeira vez que vem a esta Casa, já foi colocado aqui pelo o deputado Marcelo, pelo o próprio deputado Bira. Eu vim à Tribuna com a maior educação, com a maior gentileza e eu acho que qualquer coisa que trata do dinheiro público tem que ser esclarecido e me comprometi na sessão seguinte trazer a medição dos serviços, que são 20 quilômetros que tem feito lá, o que tinha sido pago, a nota de empenho, a ordem de pagamento, para verificar se realmente o que eu disse aqui na Tribuna era comprovado através de documentos. E na sessão seguinte eu entreguei para o deputado Marcelo e para a Oposição toda, os documentos, e são inclusive nos jornais que a Oposição deu o assunto por encerrado. Agora vem para cá de novo falar desse mesmo assunto aí parece que é demagogia, é querer criar um fato onde já estava tudo esclarecido, se é para tratar a coisa seriamente, eu concordo, deputado Othelino, vamos tratar, dinheiro público, quem passou por cargo público tem que prestar conta, eu, V. Ex.ª passou, o Bira, o Marcelo todos nós temos que prestar, só que na sessão anterior esse assunto foi tocado aqui, eu trouxe toda documentação e a Oposição se deu por satisfeito, agora vem de novo fazer proselitismo, eu não aceito, não concordo”, finalizou.
Fonte: Gilberto Leda
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