Dalits... Intocáveis: os novos ricos de Coroatá!!!

A exemplo da Índia, uma nova classe social surge em Coroatá. Mas, não é para menos, não é? Quem não tinha nada, hoje tem! Quem pedalava uma ‘bike’, agora dirige um carrão ‘top de linha’, uma moto de ‘250cc!’. Quem morava num barraco, agora tem mansão! Quem não tinha onde ficar, para se hospedar fora de Coroatá... Comprou uma casa, duas casas ou um apartamento em qualquer cidade, longe daqui... Quem não tinha condições de ter lazer; adquiriu sítios, fazendas ou realiza viagens de turismo! Quem trabalhava aqui, simplesmente consta na folha de pagamento da prefeitura recebendo pelo caixa dois... Montou empresas noutras cidades. E por aí vai... Nestes últimos cinco anos, muita coisa mudou abaixo dos céus de Coroatá. O dinheiro público está nas mãos de poucos, e a miséria absoluta exteriorizada, vista pelos olhos esbugalhados da fome, que assistem a essa contenda de quem leva a maior parte do dinheiro. É um tal de toma lá-dá-cá infernal, mas parece uma peleja do Diabo com o Primo-irmão-sobrinho de Satanás! Nesse banquete todos estão sentados em volta à mesa, que logo em breve estará vazia. É aquela história do gato zangado que mia sem parar, quando o leite acaba! E quando o pires de leite secar... E agora, como vai ficar seu Luís? A luz apagou! O gás terminou! Falta gasolina! A prestação atrasou! Enfim, Carlos Drumond de Andrade, o poeta pós-moderno retrata o lado concreto, ao escrever de forma surreal o auto-retrato do personagem José, que pensava ter de forma eterna a riqueza alusiva que não possuía. E hoje, vivida por alguns ‘dalits’ ou ‘intocáveis’ de Coroatá! A poesia: “E agora, José?” É atualíssima, e serve de reflexão para aqueles incautos, subservientes e insolentes que pensam empachar a Justiça e a consciência coletiva do povo de Coroatá.