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terça-feira, 19 de julho de 2011

A repentina expansão imobiliária desenfreada em Coroatá poderá estrangular o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população para as próximas duas décadas

A valorização imobiliária repentina de algumas áreas tidas como nobres e regiões antes consideradas periféricas vem empurrando o município de Coroatá, para dentro da zona rural, o que poderá comprometer o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da população para as próximas décadas.
Se apanharmos o mapa do município de Coroatá, vamos constatar que após 20 anos, algumas áreas consideradas rurais formam hoje um cinturão de novos e futuros bairros nos limites da cidade, que, muitas das vezes, se transformarão em bairros densamente populosos.
Desde os anos de 1990, observamos as seguintes características checadas in loco, isto é, quando houve a divisão territorial do município de Coroatá, com a elevação dos antigos distritos à categoria de municípios, Coroatá perdeu muitas áreas e boa parte da população que dantes estavam sob seu domínio territorial. Os distritos de Alto Alegre, Peritoró, Independência passaram a integrar aos recém-criados, hoje municípios.
O movimento de loteamentos que estamos vendo, através dessa ‘expansão imobiliária’, diga-se; desenfreada e impensada pressionará a demanda por mais serviços como moradia, educação, saúde, água, esgoto, transportes e aterro sanitário. Esses loteamentos imobiliários que passam a imagem de progresso aos munícipes. Se não tiverem o seu controle social pelas autoridades locais, logo teremos provavelmente um grande estrangulamento de todas essas demandas.

Vislumbrar o futuro com empreendedorismo tem que aliar-se ao desenvolvimento com sustentabilidade
Não é simplesmente uma questão de alocar investimentos para o município de Coroatá, apenas para passar a imagem de que a cidade está em pleno desenvolvimento e crescimento econômico. Isto às vezes quando acontecem, algumas autoridades locais adoram ver aportar à chegada de mais uma loja, mais uma indústria, mais um conjunto habitacional ou mais alguma coisa qualquer que venha gerar emprego e renda à população coroataense. Ou seja, sem se importar com nenhum tipo de estudo e viabilidade econômica com sustentabilidade. Se no passado foi assim? Então, os tempos mudaram de lá para cá. Tudo hoje em dia requer estudo e análise elaborada previamente, cuidadosamente, para que não haja queixas futuras sobre tais investimentos que parecem benéficos, mas por trás trará efeito contrário.

O antigo de ontem, hoje é a novidade!
Por exemplo, quem poderia dizer que há quase 20 anos, os bairros da Mariol, Palmeira Torta, Igarapé Grande, Km 3, São Sebastião dos Magalhães e Flor do Dia estariam incorporados ao cenário urbano. Pois, sabia-se à época que todos esses bairros ainda pertenciam à zona rural do município de Coroatá, certo? E hoje? Todos estão incluídos na zona urbana de Coroatá. Outro exemplo que podemos citar aqui é o seguinte: o atual Matadouro Público que foi projetado há 20 anos, hoje está em pleno centro urbano. Pois, pensava-se que a cidade não ia crescer nem se desenvolver. Quer dizer, quando o matadouro foi construído não obedeceu a um plano meticulosamente tracejado pelas autoridades locais no passado.
E mais: o novo Matadouro Público, ora prometido à população de Coroatá, que foi iniciada sua construção, próximo ao Povoado Santo Izídio, também não tardará estar dentro do centro urbano. O futuro matadouro não dista 5 km do centro urbano e logo prejudicará as pessoas que habitarão em sua volta nos novos conjuntos habitacionais que já começam a ser criado naquelas imediações, cujos loteamentos não têm como tratar os seus resíduos sólidos e rejeitos aonde deverão ser lançados.
Para entendermos melhor a coisa, se dividirmos o município de Coroatá num quadrante, vamos chegar à seguinte conclusão:
Norte – temos loteamentos imobiliários que começam a partir do KM 03 e logo se estenderá a te ao Povoado Flor do Dia;
Leste – para quem vai ao sentido Coroatá a Pirapemas, esbarramos no loteamento recém-criado no antigo Povoado do Igarapé Grande, agora já é mais bairro incorporado a cidade de Coroatá;
Oeste – De Coroatá a Vargem Grande passando pelos Bairros da Tresidela e Mariol, nós temos à margem da MA/020 mais um loteamento imobiliário, com a previsão de 3 mil casas e área comercial. Nesse bairro também, encontramos o antigo Povoado Jordão, inclusive, nele três grandes loteamentos imobiliários. No final da Rua do Buriti outro loteamento. No antigo Povoado da Palmeira Torta, hoje bairro. Nós temos o projeto do Governo Federal, ‘Minha casa, minha vida’. Que na primeira etapa prevê 700 casas. A segunda etapa, mais 1.000 casas. Além disso, Incorporado a esse bairro, tem-se outro loteamento imobiliário, chamado Village Palmeira.

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